A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que existem indícios atuação do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em favor da empreiteira OAS. Esta influência teria ocorrido durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional. As informações são do jornal O Globo. De acordo com a reportagem, a suspeita da procuradora é de que, em troca, o petista recebeu R$ 700 mil da empreiteira nos anos de 2013 e 2014.
O caso envolveria a MP 600/2012, que simplificou as licitações de obras em aeroportos, uma das principais áreas de interesse da OAS na época. A Polícia Federal detectou mensagens no celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, nas quais o empresário agenda encontros com o senador. O petista, na época, era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado.
De acordo com o jornal, em 26 de maio de 2013, às 17h33, Léo Pinheiro enviou uma mensagem para Lindbergh: “Prezado Senador, na segunda vai lhe procurar o nosso diretor em Brasília, Roberto Zardi, para falar do tema que conversamos ontem: MP 600”. No mesmo dia, às 17h40, Lindbergh responde: “Grande Leo. Chego terça pela manhã. Eu estarei esperando. Abs”. Há mensagens com referências a outros encontros, de acordo com O Globo.
Lindbergh apresentou uma emenda para modificar a medida provisória, mas ela foi rejeitada. Por isso, a suspeita dos investigadores é que ele tenha atuado mediante influência junto à presidente Dilma Rousseff na sanção da MP após sua aprovação no Congresso. A lei foi sancionada em 20 de junho de 2013. O senador não respondeu aos questionamentos da reportagem.